Diante de um vasto universo de denominações evangélicas e de uma gama de nomes de igrejas, fica a pergunta: Em qual devo congregar? Qual tem melhor estrutura ou liturgia de culto?
Há várias categorias de evangélicos que encontramos em todos os lugares: Os que estão insatisfeitos na igreja que congregam; os que estão feridos ou magoados e deixaram de freqüentar ou participar da membresia; os que vivem se transferindo de igreja pelos mais diversos motivos e razões; os que congregam e estão ativos, envolvidos em algum ministério ou função; os que congregam e não estão em atividade ministerial, mas apenas frequentando as reuniões e os que vão apenas para “assistir” o culto, ficando numa posição passiva, tornando-se apenas um espectador.
Em qual categoria você se encontra?
Existe a “Igreja” – com i maiúsculo – que é o corpo de Cristo, a família de Deus composta por homens e mulheres salvos por Cristo Jesus. E existe a “igreja” – com i minúsculo – que são os templos, as edificações que abrigam a Igreja, as denominações. A igreja é uma instituição, uma organização religiosa. A Igreja é um organismo espiritual, coluna e baluarte da verdade. Jesus morreu foi pela Igreja e quando Ele voltar, ela é que será arrebatada. A igreja, com todos os seus prédios, paredes e utensílios, vai ficar.
Antes de ser membro de uma igreja, deve-se ter consciência de que faz parte da Igreja. Sem esta certeza, a pessoa se tornará apenas uma “esquentadora de bancos”, mesmo que ela possua um cartão de membro. Tornar-se-á apenas uma pessoa religiosa, porém sem compromisso com Deus. A igreja pode ser um lugar especial para o crente ter um encontro com o Senhor, mas pode ser, também, um lugar para esconder-se de Deus.
Posso tomar a decisão de me transferir de uma igreja para outra, mas não posso cair no erro de deixar de fazer parte da Igreja. A Igreja precisa viver congregando, onde os irmãos possam crescer em comunhão e edificação mútua. Por isso, não podemos ser cristãos sozinhos, solitariamente.
Isto me faz lembrar uma ilustração interessante: "Um membro ativo e bastante atuante na igreja que congregava, começou a entristecer-se com a mesma. Insatisfeito com algumas decisões que a liderança tomava e os problemas de relacionamento que haviam entre alguns irmãos, ele foi, aos poucos, deixando de lado sua atuação ministerial, diminuindo também a regularidade de sua frequência nos cultos. Foi sentando cada vez mais ao fundo do santuário, até que deixou de ir definitivamente às reuniões. Passou a ficar em casa, assistindo os programas evangélicos que passavam pela televisão e ouvindo os louvores pela rádio.
Cerca de três semanas depois, percebendo a ausência daquele irmão, o Pastor foi visitá-lo em sua casa. A noite estava muito fria e nevava na cidade. Ao atender a porta, o irmão ficou surpreso com a visita do Pastor. Os dois se cumprimentaram, trocando um abraço carinhoso. O Pastor limitou-se apenas a dizer boa noite, sendo correspondido pelo irmão.
Acomodaram-se na sala onde uma lareira, com carvões em brasa, aquecia o ambiente. Um silêncio tomou conta daquela sala. O Pastor, sem dizer uma palavra, olhava fixamente para a lareira, sendo também seguido pelo irmão. Alguns minutos se passaram sem que a cena mudasse: os dois continuavam com o olhar fixo na lareira sem pronunciar uma palavra sequer.
De repente, o Pastor levantou-se do sofá e caminhou na direção da lareira. Ele pegou uma tenaz e, com cuidado, começou a empurrar um carvão que se encontrava afastado num canto, aproximando-o do restante dos carvões que ardiam avermelhados. O irmão, contemplava aquela imagem, observando que aquele carvão começou também a ficar em brasa, e logo ardia como os outros.
O Pastor retornou ao seu lugar no sofá continuando em silêncio. Logo após, ele levantou-se e, esboçando um sorriso amoroso, fez menção de que estava de saída. O irmão, levando-o até à porta, com os olhos marejados, deu um forte abraço no Pastor e exclamou: - Pastor, muito obrigado pela seu sermão! Domingo que vem, estarei no culto da igreja e de volta ao meu trabalho para o Senhor!"
A igreja abriga o braseiro. Longe dela, esfriamos!
Igreja é agência de Deus sobre a terra, e, como gosta de afirmar o Pr. Bill Haybels, ela é a esperança para o mundo. Mesmo com suas limitações, ainda é o lugar de oração, comunhão, edificação e manifestação do poder de Deus.
Paz!
